Fui procurada por uma amiga que está preocupada com a filha. Ela tem demostrado dificuldade em aprender a ler e escrever e a mãe quer aproveitar o tempo da quarentena para ajudá-la.
Antes de mais nada, durante a nossa conversa, perguntei se ela gostava da escola, como era o relacionamento dela com a professora e demais colegas. É importante descobrir, antes, se não era um problema de afetividade. Então, ela me disse que a filha não participou da Educação Infantil, entrou direto no Ensino Fundamental.
A vantagem da criança que ingressa na Educação Infantil é a estimulação, em primeiro lugar. A criança é estimulada a todo tempo, são apresentados os números, as letras, as cores, as formas, a coordenação motora. Dependendo da intensidade dessa estimulação, muitas vezes a criança chega pré-alfabetizada no Ensino Fundamental. Mas isso não quer dizer que tudo está perdido para quem não ingressou antes. A chave do sucesso está na estimulação, na persistência e na rotina diária.
Algumas dicas que passei para essa mãe:
TORNAR A CASA UM AMBIENTE ALFABETIZADOR
Como? Deixar a criança ter acesso a diversos gêneros textuais (livros ilustrados, gibis, revistas, poemas, anedotas), lendo com ela e mostrando a grafia das palavras. Ela pode até fazer uma pseudoleitura (contar a história, como se estivesse lendo).
Nomear as coisas de casa com crachás – nomear janela, armário, parede, banheiro… mostrar essas palavras para a criança, pedindo para que ela identifique as letras, sílabas, a própria palavra, para associar o nome ao objeto. O mesmo vale para produtos de higiene, limpeza e alimentação, sempre falando qual a função de cada produto.
Que tal aproveitar esse momento de isolamento social e ir à cozinha para preparar uma receita? Escreva ou imprima o passo a passo de uma receita culinária e aproveite esse momento para ler e cozinhar com seu (sua) filho (a). A vantagem desse tipo de atividade é ajudar tanto na alfabetização da língua portuguesa quanto na matemática.
Pode também realizar uma brincadeira oral, de falar objetos que comecem com a letra A, por exemplo, e ir acrescentando outras letras do alfabeto. Conforme a criança sentir facilidade, pode tornar a brincadeira um pouco mais difícil (como essa brincadeira que está nesse link).
Pode também pedir para a criança treinar a escrita do próprio nome, nome de outros familiares e a mãe pode ir aumentando a lista, colocando objetos, animais etc. Pode até montar fichas com o nome acompanhado da figura.
Indiquei também o uso da cartilha Caminho Suave (Clique aqui para ver)
Sim, sei que há muitas pedagogas que não recomendam, porém é de fácil manuseio por parte dos pais. Inclusive, eu antes de ser pedagoga, alfabetizei um dos meus filhos com ela porque ele tinha dificuldade em acompanhar o que estava sendo ensinado na escola.
Bom, essas são as minhas primeiras dicas para quem tem filho(a) nessa fase e espero ter ajudado 😉
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